terça-feira, 28 de dezembro de 2010

de faz de conta, sem faz de conta.

- de faz de conta; faz de conta que ela não precisa morrer de saudades dele, e que ele não sente um pingo de saudade dela. faz de conta que a unica distância que ela vê entre eles é da casa de um para o outro, e que ele só vê a do sofá para a cama. vamos fazer de conta. a saudade, assim como a ausência, quase sempre juntas, nos enlouquece, nos domina. o ruim não é lembrar de quem se ama, e nem de quanto é bom estar perto dele, ou cuidando dela, ou vendo ele dormir, ou se mordendo de ciúmes porque um outro garoto olha para ela na rua … o ruim, mesmo, é ele estar lá, ela estar aqui. um dos dois se encontra no lugar errado, não é?! e, o mínimo que se pode fazer para combater essa nostalgia enlouquecedora, é o faz-de-conta. faz de conta que a foto dele no mural dela, deixa-o frente-a-frente com ela, enquanto eles passaram horas no telefone, rindo, conversando, fazendo planos. e que, pra ele, os presentes, as cartas, as lembranças, fotos, a deixam mais perto, no quadra ao lado, e é a preguiça que o impede de ir vê-la, mas a voz dela do outro lado da linha a deixando cada vez mais próxima, mais viva, mais presente; mesmo que seja apenas no coração dele. faz de conta que nada disso que machuca, que corta, que faz sangrar existe, que as coisas boas estão sempre dentro de cada um, e que independente de como, eles estarão ali sempre; ela esperando por ele, ele esperando por ela, para serem felizes juntos … sem o faz de conta.